sexta-feira, 17 de outubro de 2014
domingo, 27 de julho de 2014
AF:. Fila do pão
AF:. Sala de estar
AF:. Pigarro
AF:. Paloma
Pseudônimo
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Ágora
terça-feira, 15 de julho de 2014
Dama de preto
Azul como teus olhos
domingo, 6 de julho de 2014
Feixe
Ciranda
quinta-feira, 26 de junho de 2014
O fim de Gray
Mapa
sábado, 21 de junho de 2014
Madrugada entre ela
Estou completamente entregue a ti.
Naquele momento a aurora é um reflexo teu
As nuvens formam um espelho do teu rosto
Nesse instante percebo que já é dia
Te observo por um segundo ou mais, és quase tela.
Todas as linhas me parecem breves
Os versos são apenas esboço do ocorrido.
Entre teus risos, meus carinhos
Entre os até breve, os volte logo.
Ainda decifrarei essa madrugada de sexta.
terça-feira, 10 de junho de 2014
Musa do poeta
domingo, 1 de junho de 2014
Poeta da meia-noite
sábado, 10 de maio de 2014
Aniversário
Órfã
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Plataforma
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Pesadelo
Tive um sonho tão bom essa noite
Apelidei-o pesadelo
Acordei querendo dormir pra sempre
Acordei desejando aquela vida
Acordei desejando você na minha vida
Mas foi só um sonho
Um sonho tão bom quanto impossível
O bastante pra frustrar todo meu ser
Eis o por quê apelida-lo como tal
Frustração, angústia e mágoa
Tudo isto, assim, de uma única vez
Porém, contraditório como sou, ouso
Ouso em dizer que caso perguntes
Se mudaria aquele pesadelo
Daquela madrugada
Daquele dia
Responderei um insensato não
Pois ainda que por uma hora ou duas
Que por apenas uma noite
Que apenas em sonho
E que por mais onírico que tenha sido
Naquele momento
Houve um nós
Entrelaçadas em uma só
E eu fui feliz.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Salto
Enquanto ainda há aviso
Todos ignoram, nem notam
Quando houver o ato
O silêncio se fará notável
Desistir é pros fortes
Os fracos suportam a dor
Suportam por medo
Medo do que não tem explicação
Vou desistindo em doses
Até esvaziar por completo
Aquilo que chamo de ser
Daqui de cima tudo soa menor
Todos parecem poucos
Me jogar não me parece ruim
As pernas bambas apontam o medo
A incerteza de querer o fim
A procura pelo impedimento
Já não existe mais nada
Sou eu e o salto
Agora já não há ninguém.
Pietra
Pietra
Pi-e-tra
Rima rara, difícil e complicada
Moça única
Se conjuga no infinito
Intrasitiva ou transitiva demais?
Ai não sei..
Fica a critério do sábio
Aquela que a consegue decifrar
Mas nunca a toa
Só a decifra quem ela quer
Ela manda e desmanda nos mundos
Brinca com substantivos
Diverte adjetivos
Dispensa complementos
Se pudesse decifrava
E guardava pra mim
Quem dera, eu, chamar de minha
Ah! Pronomes possessivos
Esses nunca, prefere os indefinidos
Ela tem todos mas não é de ninguém
Ela é tese,
Antítese e
Síntese...
Síntese perfeita de tudo que amo.
Ela
Morena delirante
Estilo tropicália
Aquela mistura brasileira
A boca desenhada
Desenho impactante
Se mostra pouco
Se esconde bastante
Finge não ser nada
Mas tem medo de tudo
Na verdade é o mistério
Seu melhor amigo
E seu maior aliado
Trava batalhas sozinha
As vence sem infante
E o faz de forma elegante
No fim se derrete por dentro
Demonstra menos que sente
Ama mais do que mostra
Ainda mais se teu sobrenome
É Casablanca.
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Garota do rio
Deitada e esplêndida
Curvas perfeitas e malandras
Morena de sotaque marinho
Se atira ao mar e se atira a orla
Não se permite a mais que um lar
É de todas as zonas, é a zona sul
É a tímida do Flamengo
A estreita de Botafogo
É a perigosa da Urca
A liberal do Arpoador
É a militar do leme
A famosa de Copacabana
É a inspiradora de Ipanema
A metidinha do Leblon
Ela é todas, ela é uma só
Ela é rio, ela é de janeiro a janeiro
Ela é a verdadeira Garota Carioca.
terça-feira, 15 de abril de 2014
Leito frio
Teu corpo frio se atira em mim
Me invade, me viola e eu gosto
Não há pudores, não há medos
Minha boca em teus seios
Como consequência, teus arpejos
Tuas unhas cravadas em mim
São a prova do teu desejo
Cadela, minha cadela
Perdida, minha perdida
Mulher, minha mulher
Te jogo na cama e te digo verdades
Enquanto minhas mãos te invadem
Minha boca desliza por tua pele
Violo teu ser e violo tua alma
Sussurra que és minha
Grita que sou tua
Implora pra ser única
Me coloco dentro de ti, corpo único
Meus dedos te pertencem, minha boca te invade
Seus orgasmos acendem a vizinhança
O leito quente, se torna enchente
Outro dia,
Outra dama,
Mesma cama.
estranhos perfeitos
inimigos incertos
segredos indiscretos
olhares frios em corpos quentes
meias verdades, mentiras inteiras
incapazes do amor, réus da dor
entrelaçados pelo impossível
ironizados pelo próprio destino
amantes distantes, amantes errantes
escondidos e submersos
infelizes e entregues ao restos
solitários e acompanhados
Versos
Versos valsando versos
Versos velados e sinceros
Juntos, um exército
Exército cruel em marcha
Marchando contra o esquecimento
Indo de encontro a ti
Vorazes e irredutíveis e incrédulos
Escancaram o vigente amor em mim
Pois ou em verso ou em prosa é a ti
Mas quem não sabes?
Quem não veria?
Quem não diria?
Sou ferozmente nua
Sou publicamente pura
Sou pornograficamente sua
Desfeita em trapos
Entregue aos atos
Esquecida em pedaços
Expulsa da sua cama
Resto da tua trama
Desfecho do seu drama
Não mais dama
Não mais cavaleiro
Não mais humana
Valsa
Branca como a bruma
É a tua pele reluzindo a lua
Deitada, desnuda e impura
Entre seus arpejos, meus arrepios
Suas unhas marcam minha pele
Enquanto minha boca marca a tua
Sussurros barbáries em tom sútil
Corpos quentes, ferventes, frementes
O sussurro já é grito
Já não são só orgasmos, é frenesi
Teu veneno invadindo minha boca
Enquanto o meu se esvai por mim
Um único corpo para duas almas
Desejos unido em um só movimento
Tão ritmados que quem olha pensa:
Oh, que valsa.
sexta-feira, 11 de abril de 2014
roteiro
já deixou de doer
já não lembro tanto
já deixou de corroer
só me sobra teu encanto
saudade, o tempo todo
raiva, nunca mais
esses são os sinais
passou por pouco
mas sabes que ainda é
ainda é tudo que amo
roteirista dos meus sonhos
cineasta do meu peito
improvisa e visa me encantar
mal sabes que ainda sonho contigo
mas no fim, somos assim
somos um roteiro guardado
estamos na gaveta e aguardamos
aguardamos ser mais que ensaio.
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Tormenta
a tormenta da mente
faz de mim inconsciente
sou réu de minha sanidade
e refém da própria vaidade
isto é parte do meu resto
irreal, imoral e imundo
sou tolo e honesto
procuro algo vazio e profundo
estou partido em pedaços
corpo e alma viram estilhaços
eis aqui o que queres
as palavras conturbadas da mente sã
o desgaste dos pensamentos utópicos
o padecer da alma e o fulgor das letras
Parte em todo
distração suave ao tom da chuva
parece refrescar os desatinos da alma
lembro o motivo e ignoro a culpa
não deveria mas é involuntária a calma
tuas palavras, por vezes grossas, mas tuas
teus caprichos declarados e apaixonados
esses teus gestos impensados mas já ensaiados
trazem a saudade das pernas entrelaçadas nas tuas
enquanto sua ausência se fazia presente
não havia mais palavra decente
mas então voltas e volto, eu, a escrever
como se fosse impossível lhe esquecer
traz contigo a inspiração e o texto belo
me mostra que somos apenas um elo
mas mais que sonetos, me traz felicidade
tens tu, o dom proibido e a cura da minha insanidade
por enquanto, o teto esta meio azul.
(Des)Encontro
era mais quente que meu café
ficou morno como qualquer outro
nem frio, ao menos, só morno e pouco
o encontro escancarou o desamor
estilhaçou as mentiras e esperanças
declarou-se, enfim, o fim do acabado
esperava mais, assumo, réu confesso
olhar-te e sentir o que senti outrora
mas mudou se tudo, você e o mundo
sentimentos jazidos no último minuto
sabes-tu que titubiei ao encontro
sabes que não queria, que relutei
só não sabes ainda os porquês
pois bem, meu bem, vamos aos fatos
pensei em zil cenários, em todos, dor
pensei peito apertado e até um enfarto
quando não, nem coração acelerado
nada aconteceu, nem o céu se moveu
irônico ou não, foi este o encontro
de tudo, nós sobraram estranhezas
com o peito ainda sereno, declaro aqui
foi nosso (des)encontro do amor
Arrendamento
Ô andarilho
Pra que fazes isso?
Justo comigo
Logo eu, tão sozinho.
Vens e dizes que fica
Dizes que sou tudo que tens
Dizes que és minha
Mas vai mais rápido que vens.
Faz ermo, meu peito
Forçado a te esquecer
Forçado a estar sem você
Mas passa, estou refeito.
Então voltas como posseiro
Faz do ermo, teu território
Dizes que não é passageiro
Parece um novo repertório.
Mas não, não sabes ter dono
Age feito pássaro
Parece que gosta do estrago
Parece satisfeito com o abandono.
Desisto,
Não vivo mais assim
Chega dos teus desatinos
Não volte mais pra mim.
Ah, coração de poeta
Sofres mas sentes a falta
Se pergunta quando volta
Enquanto não, maltrata a caneta
Anda, volta logo
Volta ligeiro
Volta passarinho
Volta pro meu peito, teu ninho.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Janela.
Outrora foi uma janela.
Onde hoje não há amor,
Outrora vivia o filho dela.
Uma alma conturbada
Buscou tanto uma paz
E na brisa fora encontrada.
Mergulhou no desespero
Pôs fim a dor num segundo
Fez da alma, pó do mundo.
Vida e morte
Faz uma da outra,
Jogo de sorte.
Zona mental
Não posso,
Não devo.
Tenho medo,
Choro,
Ignoro.
Fujo,
Corro,
Quase morro.
Te amo,
De novo,
Em dobro.
Espelhos.
olha a tristeza naquela imagem
nossa, mas quanta dor
É, aquela ali
É um reflexo de mim
Cansa, até o aço.
Medo.
Solidão.
Cansaço.
Exausto só de pensar em sentir
Já não há mais forças nem pra mentir
Ah, já não sei dizer o que dói.
Corpo, mente ou alma
Não sei e o pior é que me corrói.
Medo de que? De fora ou de dentro?
Tá com medo ser ou de ve-la feliz?
É ela que ressoa por dentro.
Parece a pior mas é na verdade, a melhor
Sempre esteve aqui e nunca me deixou só
Já és tão íntima que sei teus jeitos de cor.
Cansei de manter as máscaras
Que venham abaixo, que seja um grande espetáculo
Entrada franca, mentiras caras.
Piccola
Pequena,
Picolé.
E um café mais quente, por favor
Coisas que só você sabe o que é.
Sou o que você quiser
Amiga sempre, amante quando der
Não me importa ser alguém, não me interessa o título
Venho e vou, nada alarmante
A mais singela
Das obras de arte.
Piccola,
Picolé.
Fábio
Somos tantos
Somos todos.
Quem liga pra quem passa?
Se não é meu, não tem graça
Ai, me aparece você
Com você me sinto pronta
E juntos desbravamos o mundo.
Momentos que duram décadas
Espero que nunca esqueçamos.
Contigo aprendo sobre tudo
Faz tu, dos meus defeitos, normal
Somos poucos
Somos inteiros.
Soneto dela
Não havia outra possibilidade
Haviam tantas verdades
Mas era tão forte como o mar
E nela fui afogada e transbordada
Será que eras tão dissimulada?
Será que fostes tu, minha capitu?
Tão intenso quanto machado
Tão amargo como casmurro
É esse o meu fim mais puro
Sou sim, um vazio consagrado
É o fim do nosso espetáculo
Não é romanesco, é biográfico
É fim mas não é trágico.
Pintei o teto de azul como você disse.
Grande erro
“Significado de Erro
s.m. Opinião, julgamento contrário à verdade: cometer erro.
Falsa doutrina; opinião falsa: o erro dos heresiarcas.
Engano, equívoco: erro de cálculo.”
Cá estamos, eu e a insônia
Passe, fico
Mas tiram pra quem?
Pra você? Ou pra eles?
Não consigo entender
Treinados a desconfiar, tem que aprender
Aprender sobre esperança.
Que antes invandia
E agora tem cidadania
Ou pelo menos agora legitimada
Tem acreditar que o invasor
Se tornou o seu protetor
Que sem colete, não há bandido
Presente no dia-a-dia do invasor
Deixado nas marcas do invadido
Mas não se esquece a verdade
A nobreza não confia na favela
Ninguém confia em ninguém
Surra
Já são só socos, nada demais
Bate e vai levando o que tem aqui
Pode levar esses pedaços de ti
Virou ódio
Virou descrença
Pode bater de novo
De repente cresce algo no teu oco
Chega de apanhar
Cansei de sofrer.
Cigarro
Perdem-se os sonhos e as utopias
Como resposta a minhas palavras
Apenas um trago.
Um trago, uma brasa e és cinza
És, então, restos de meus deletérios
E logo não serás nada e nem eu
Mais um trago.
Sinto no trago o sabor da lembrança
Gosto da tristeza imersa na solidão
E a ruptura de quem fui e quem sou
Mais um trago.
O barulho do silêncio me ensurdece
Já não me reconheço mais em mim
Já não vejo mais teu cheiro aqui
Mais um trago.
O cigarro acaba mas a dor não se vai
E o vazio que você abandonou aqui
Nem você pode mais preencher
Mais um trago.
Já não sou nem poeta e nem moço
Sou então menos que meu cigarro
Sou na verdade refém da minha dor.
Ultimo trago.
Acendo outro cigarro.