sábado, 21 de junho de 2014

Madrugada entre ela

Dentro dos teus olhos raramente doces
Há alguma coisa. 

Perdido na tua voz aveludada
Há alguma coisa.

Nesses movimentos previamente espontâneos
Há alguma coisa. 

Escancarado nas tuas meias verdades
Há alguma coisa. 

Nas tuas dores risonhas
Há muita coisa. 

Já não sei onde as coisas se encontram 
Já não há mais certezas
Há prosa nesses versos
E versos nas tuas coxas.

Estou deslizando sobre teus contornos
Estou deliberando sobre tuas curvas
Estou me apossando da tua respiração 
Estou completamente entregue a ti.

Naquele momento a aurora é um reflexo teu
As nuvens formam um espelho do teu rosto
Nesse instante percebo que já é dia 
Te observo por um segundo ou mais, és quase tela. 

Todas as linhas me parecem breves
Os versos são apenas esboço do ocorrido.

Entre teus risos, meus carinhos
Entre os até breve, os volte logo.

Ainda decifrarei essa madrugada de sexta.  


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