Sobre a mesa vermelha:
Meu maço.
Ao meu redor
Três filósofos bêbados.
E eu.
Eu que já não fujo mais de mentiras
Ouço atento a toda aquela filosofia.
Religião, política, futebol
As catástrofes do jornal
As tragédias não anunciadas
O filho da vizinha que morreu
Tanto que se diz, pouco que se ouve.
No tanto que se ouve, não há o que dizer.
A noite gelada me lembra o teu corpo
Mas jurei que hoje não iria precisar de ti.
A Ágora se desfaz
Os três filósofos bêbados
São três bêbados filósofos.
Imerso no momento, me questiono:
Onde estará você essa noite?
Em que casa,
Carro,
Rua,
Chão,
Bar,
Motel?
Não quero saber.
Eu jurei que não ia precisar de ti
Não essa noite.
Meu nome é sussurrado
Acabou o expediente
Fechamos o bar.
Dos filósofos já não sei mais,
Os maços já se foram,
As mesas se empilharam.
E tu? Cadê?
Juro que é só mais uma vez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário