Encontrei a mãe dela hoje.
Na maldita fila do pão...
Ela tava comprando pães
E eu, adivinhe...cigarros.
Tentei fingir que não era eu
E quase funcionou, mais um pouco
E ela não me acharia atrás da barba.
Mas ela reconheceu.
Ela me viu embaixo daquilo,
Do misto de decadência e pelos.
Uma conversa breve.
Sempre tão agradável.
Por um segundo achei que sairia ileso.
"Uma pena não ter dado certo,
Tu era o genro que sempre quis.
Adoraria ser avó dos teus filhos."
Se haviam dúvidas quanto ao efizema,
Ali eu tive certeza. Perdi todo meu ar.
Sai sutilmente apressado e fui.
Nem Deus sabe em que direção.
Só consegui pensar: filhos.
Imaginei ela grávida
Imaginei o parto
Imaginei dois
Imaginei crianças
Imaginei domingos
Imaginei uma família.
Espera.
Não, não vai.
Pode ficar, eu pago pela noite toda.
Preciso terminar essa história.