quinta-feira, 10 de abril de 2014

Arrendamento

Ô andarilho
Pra que fazes isso?
Justo comigo
Logo eu, tão sozinho.

Vens e dizes que fica
Dizes que sou tudo que tens
Dizes que és minha
Mas vai mais rápido que vens.

Faz ermo, meu peito
Forçado a te esquecer
Forçado a estar sem você
Mas passa, estou refeito.

Então voltas como posseiro
Faz do ermo, teu território
Dizes que não é passageiro
Parece um novo repertório.

Mas não, não sabes ter dono
Age feito pássaro
Parece que gosta do estrago
Parece satisfeito com o abandono.

Desisto,
Não vivo mais assim
Chega dos teus desatinos
Não volte mais pra mim.

Ah, coração de poeta
Sofres mas sentes a falta
Se pergunta quando volta
Enquanto não, maltrata a caneta

Anda, volta logo
Volta ligeiro
Volta passarinho
Volta pro meu peito, teu ninho.






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